Doenças cardíacas congênitas

É qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração, que surge nas primeiras oito semanas de gestação

Publicado em: 12 de junho de 2020  e atualizado em: 4 de novembro de 2021
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A cardiopatia congênita é qualquer anormalidade na estrutura ou função do coração, que surge nas primeiras oito semanas de gestação, por uma alteração no desenvolvimento embrionário da estrutura cardíaca, que pode vir a ser descoberto anos mais tarde. As cardiopatias congênitas mais comuns incluem alteração em alguma válvula cardíaca, que influencia no fluxo sanguíneo dificultando ou impedindo sua passagem, alterações nas paredes do coração levando a comunicações cardíacas que não deveriam existir, mistura do sangue oxigenado com o não oxigenado, ou ainda a formação de um único ventrículo. Pode haver, ainda, a combinação de malformações¹.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) , no mundo, um em cada 33 bebês tem alguma doença cardíaca congênita², que não possui uma causa definida e ocorre pela interação de fatores genéticos e ambientais. Porém, algumas situações podem contribuir para o aumento do risco dessa condição, como mães com mais de 35 anos, históricos de filhos anteriores cardiopatas, mães diabéticas, portadoras de lúpus e hipotireoidismo, mães que apresentaram toxoplasmose ou rubéola ou aquelas que fizeram uso de anticonvulsivos, anti-inflamatórios, ácido retinóico ou lítio durante a gestação. Gravidez de gêmeos, múltiplos ou fertilização in vitro também podem ter influência¹.

Os sintomas mais comuns da cardiopatia congênita são falta de ar, cansaço, ponta dos dedos e lábios azulados, dedos em forma de baqueta de tambor, modificações no formato do tórax, sudorese e cansaço entre as mamadas, no caso dos bebês³.

Tratamento

As cardiopatias podem ser suspeitadas durante a gestação pelo ultrassom morfológico e confirmadas pelo ecocardiograma fetal ou com a ajuda do teste do coraçãozinho. Outra forma de diagnóstico é por exame físico realizado pelo pediatra com ajuda de outros complementares, como raio x de tórax, eletrocardiograma, cateterismo, holter de 24h e angiotomografia¹.

Os cardiologistas são unânimes em afirmar que o ideal é corrigir o defeito estrutural. Segundo eles, de acordo com o caso, o bebê pode sofrer uma intervenção ainda no útero, ser submetido à cirurgia imediatamente após nascer, nos casos mais graves, ou, também, aguardar meses ou anos para chegar ao centro cirúrgico. O tratamento clínico da cardiopatia congênita é feito conforme o quadro que a criança apresenta, seja de cianose ou de insuficiência cardíaca. Algumas cardiopatias congênitas não necessitam de tratamento, uma vez que podem apresentar cura espontânea, como costuma acontecer com o canal arterial persistente no bebê prematuro e a maioria das comunicações interventriculares³.

Os fetos que apresentam alteração na translucência nucal (detectada no ultrassom de 12 semanas) ou malformação em algum outro órgão ou suspeita de síndromes ou defeitos genéticos precisam de atenção redobrada. As síndromes mais comumente associadas à cardiopatia são: Síndrome de Di George, Síndrome de Down, Síndrome de Edwards, Síndrome de Marfan, Síndrome de Noonan, Síndrome de Patau, Síndrome de Turner e Síndrome de Williams. Nesses casos, a realização do ecocardiograma fetal é muito importante, mesmo que o ultrassom morfológico esteja normal. Assim é possível detectar ou excluir uma cardiopatia¹.

Não há formas de prevenir a doença, porém, algumas mudanças de comportamento podem ajudar o bom desenvolvimento do bebê. Antes de engravidar, a mulher deve procurar um médico para um check-out e iniciar a ingestão diária de uma vitamina chamada “ácido fólico”, que deve ser receitada pelo obstetra. Além do acompanhamento pré-natal, a grávida deve adotar uma alimentação saudável, abolir o fumo, as bebidas alcoólicas e o consumo de medicamentos sem o conhecimento do seu especialista³.

 

 

 

Fontes: 1. Conheça mais sobre doenças cardíacas congênitas – Sociedade Brasileira de Cardiologia. Último acesso no dia 10 de junho de 2020; 2. Nascidos com defeitos congênitos: histórias de crianças, pais e profissionais de saúde que prestam cuidados ao longo da vida – Organização Pan-Americana de Saúde. Último acesso no dia 10 de junho de 2020; 3. 12 de junho – Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita – Hospital HCor. Último acesso no dia 10 de junho de 2020.

 

Este material tem caráter meramente informativo. Não deve ser utilizado para realizar autodiagnóstico ou automedicação. Em caso de dúvidas, consulte sempre seu médico.
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